O ser humano no decorrer de sua existência tem buscado respostas para uma pergunta que tem intrigado vários pensadores, sejam eles cristãos ou não. ’’Que é o homem?’’ ou "Qual a essência da nossa humanidade?’’. Podemos citar o ponto de vista de alguns pensadores. Para Aristóteles o homem é um animal político, para Benjamim Franklin um animal fazedor de ferramentas. Platão descrevia o homem pela sua posição ereta, diferente dos demais animais. Não obstante a todos estes pensamentos vazios, nenhum atinge o âmago da nossa questão.
A humanidade tem procurado, baseado nestas indagações, respostas para a finalidade de sua existência, no entanto, nenhuma delas tem sido amplamente aceitas. Apenas o Cristianismo nos dá uma resposta convincente, porquanto, ao tratar da corrupção do coração humano a palavra de Deus põe em xeque, qualquer teoria secular. Mt 7:20-23 e Jr 17:9.
Jesus debatia com os fariseus a questão da visão externa e cerimonial de pureza e devassidão, pois, eles preocupavam-se em lavar as mãos e os vasos, porém, os seus corações estavam abastados de ignomínia. Em outras palavras, o que nos corrompe não é o que vai para dentro de nós (para o estômago), mas, o que sai de nós (do nosso coração).
Poderíamos assim questionar as verdadeiras ou não, motivações que nos impulsionam a servir ao Reino de Deus. Não almejamos ser juizes de vossas consciências, pois, nem poderíamos, mas, alertar para o paradoxo que vive o gênero humano, e entender o Coração do Problema Humano.
Em Gn 1:26-27, vemos Deus criando o homem a sua imagem e semelhança, mas, o que seria isso? Os teólogos defendem e os textos afirmam que Deus pela sua imanência nos concedeu diversos dons entre eles, capacidade intelectual e criadora, assim como Ele o É. Jonh Stott em seu livro ’’Por que sou Cristão’’ relata que: "...somos capazes de criar coisas maravilhosas...". No entanto, em Mt 7:21-23, Jesus faz uma declaração geral de toda a raça humana, a saber, que do coração do homem coisas ruins brotam. Em virtude, deste texto bíblico, poderíamos fazer uma pergunta. O que realmente nos motiva a estar ’’servindo’’ ao Reino? Seria o amor a obra, ou estamos procurando superar fracassos da vida profissional secular? Ou estamos apenas realizando nossos sonhos juvenis? Ou estamos apenas satisfeitos com os holofotes que nos cercam? Muitos dos grandes homens de Deus se sentem sozinhos e inúteis, quando se encontram fora do cenário do ativismo em que estão muitas vezes envolvidos, mas essa seria uma questão dúbia e complexa a analisar, tendo em vista também, que muitos desses homens e mulheres, perdem sua respiração, falta-lhes o pulsar do coração, quando estão nas prateleiras vazias de suas vidas, porque o ministério e a vocação, eram sua paixão, sua ardente pulsação, seu respirar, e assim, uma vez que estão como vasos cheios, mas que não extravasam para as novas porções da dispensação da graça, tendem a morrer e sucumbir, como zumbis caminham lentamente, num turbilhar de sensações de solidão, desespero, exaustão, estresse e insatisfação, pois encontram-se fora do centro da vontade de Deus para suas vidas e tendem a perder a visão. São nessas horas, que precisamos encorajar os irmãos e estimulá-los em amor, para que exerçam seus ministérios com amor e devoção, declarando-lhes quão importante é que os irmãos vivam em união, e que somos parte de um único corpo, e que cada um deve executar o talento que recebeu com alegria, não devemos fingir não perceber a dor alheia, ou abandonar um ferido de guerra, em campo de batalha, quando os inimigos estão à espreita, querendo devorá-lo, devemos levar as cargas uns dos outros, e crer que o Senhor nos usará como coluna de oração na vida do nosso próximo. Infelizmente, o único exército que abandona seus feridos de guerra, é a Igreja, que habitualmente ainda passa de lado. Devemos dar extrema importância a estas indagações e tenta-las responder de forma sincera perante Deus, como também amparar e socorrer as vidas que tem estado caídas e cambaleantes ao longo do caminho, pois, a vida da Igreja e os ministérios não podem ser vistos e exercidos baseados em motivações facciosas e autocentradas na economia capitalista, que visa os lucros, a presença e a produtividade, antes pelo contrário, a Igreja deve basear sua atuação em amor a Deus e paixão pelos perdidos e feridos, sendo a economia divina a nossa mola mestre para o cristianismo que não cede aos apelos da mídia nem faz acepção de pessoas, nem as trata com desdém, de cada um por si, pois devemos seguir o exemplo de Jesus, que deixou as 99 ovelhas, para ir em busca da ovelha perdida. Deixemos pois de ser egoístas, hipócritas e fariseus, e passemos a dar o real valor as coisas que de fato agradam a Deus, o homem na sua totalidade e essencia, que está além daquilo que o rótulo exibe e descreve, que o problema do coração humano seja mais importante para nós cristãos, do que o coração do problema que nos incomoda que não é o homem perdido. A começar em mim, quebra meu coração!